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Papa Francisco fará cirurgia abdominal, em último problema de saúde

Apr 07, 2023

Roma (CNN) - O Papa Francisco fará uma cirurgia no abdômen e permanecerá em um hospital de Roma por vários dias, informou o Vaticano na quarta-feira, provocando temores renovados sobre a saúde frágil do homem de 86 anos.

O papa foi forçado a cancelar vários compromissos de trabalho no final de maio, depois de ficar debilitado por uma febre. Ele também foi hospitalizado em março por bronquite, mas respondeu bem aos antibióticos. Saindo do hospital naquela ocasião, Francis brincou que "ainda está vivo".

Tecnicamente chamado de laparotomia, o procedimento de quarta-feira envolve anestesia geral e destina-se a reparar uma hérnia que o Vaticano disse estar causando sintomas "recorrentes, dolorosos e agravados".

Segundo fontes médicas, a intervenção provavelmente está relacionada à cirurgia que Francis fez em 2021 para remover metade de seu cólon.

O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, acrescentou que se espera que o papa tenha uma "recuperação funcional completa".

Além de sua cirurgia de cólon há dois anos, Francis teve parte de um pulmão removido após um grave surto de pneumonia quando jovem. Mais recentemente, em 2019, foi submetido a uma cirurgia ocular na Clínica Pio XI de Roma para tratar uma catarata. Ele também lutou contra a dor ciática crônica.

No ano passado, ele teve problemas no joelho que o limitaram ao uso de uma bengala ou cadeira de rodas.

Se Francisco ficar incapacitado por qualquer período de tempo, o Vaticano poderá enfrentar uma espécie de crise constitucional. Não há "vice-papa" no sistema católico, ou seja, alguém que pode exercer a autoridade do papa em sua ausência.

O secretário de Estado do Vaticano, atualmente o cardeal italiano Pietro Parolin, pode supervisionar o gerenciamento rotineiro do dia-a-dia, mas não tem autoridade, por exemplo, para nomear bispos ou para criar ou suprimir dioceses em todo o mundo.

A carta de demissão foi preparada

Em entrevista ao jornal espanhol ABC em dezembro, Francisco disse que já havia preparado uma carta de demissão em caso de incapacidade médica permanente logo após sua eleição em 2013.

Francisco disse que escreveu a carta há vários anos e a entregou ao então secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, que renunciou em 2013.

Em seus primeiros comentários públicos sobre a existência da carta, o papa foi citado como tendo dito: "Já assinei minha renúncia. O Secretário de Estado na época era Tarcisio Bertone. Assinei e disse: 'Se eu ficar incapacitado para problemas médicos razões ou o que quer que seja, aqui está a minha renúncia.'"

Em 2013, o predecessor imediato de Francisco, o falecido Papa Bento XVI, tomou a decisão quase sem precedentes de renunciar ao cargo, citando a "idade avançada" como o motivo e surpreendendo o mundo católico.

Foi a primeira vez que um papa renunciou em quase 600 anos. O último papa a renunciar antes de sua morte foi Gregório XII, que em 1415 renunciou para encerrar uma guerra civil dentro da igreja na qual mais de um homem afirmou ser papa.

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